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Só se desilude quem se iludiu: O Orçamento de Estado para 2023

Tendo em conta que a previsão do governo (que tudo aponta estar errada) para 2023 será uma estabilização da inflação na ordem dos 4%, se a somarmos à inflação do presente ano que ronda os 7%, conseguimos concluir que qualquer trabalhador que não venha a ter aumentos salariais iguais ou superiores a 11% vai na verdade perder poder de compra.
Margarida Ferreira, trabalhadora na área de informática
03 de setembro de 2022

No dia 27 de outubro foi aprovado na generalidade o orçamento de Estado de 2023, como era expectável dada a maioria absoluta do partido de António Costa. No dia seguinte vários órgãos de comunicação social anunciavam a maior inflação dos últimos 30 anos.



O orçamento de Estado para 2023 prevê um aumento do salário mínimo nacional que abrange um quarto dos trabalhadores em Portugal, na ordem dos 8% (de 705 para 760 euros, um mísero acrescento de 50 euros).


Tendo em conta que a previsão do governo (que tudo aponta estar errada) para 2023 será uma estabilização da inflação na ordem dos 4%, se a somarmos à inflação do presente ano que ronda os 7%, conseguimos concluir que qualquer trabalhador que não venha a ter aumentos salariais iguais ou superiores a 11% vai na verdade perder poder de compra.


Poucos serão os assalariados em Portugal que terão aumentos nos seus rendimentos iguais ou superiores aos valores da inflação: os únicos garantidos, exceção feita ao salário mínimo, serão (pasme-se) nos quadros intermédios da função pública, com aumentos salariais a rondar os 2% (para funcionários que recebam até 2.600 euros). Já o patronato tem visto o seu lucro ascender à estratosfera.


Em mais uma negociata assinada e aceite pela UGT , o acordo era tão mau que nem a Frente Comum dos sindicatos da CGTP o aceitou! Convocou de seguida uma greve para dia 18 de Novembro, e greve na função pública é em que dia? A uma sexta-feira, pois claro! Pois há fins-de-semana prolongados a aproveitar…


Este orçamento de Estado, na verdade, não é assim tão distinto dos que o PS tem vindo a apresentar e consiste em:


- Perpetuar a vassalagem à União Europeia e às burguesias franco-alemãs;


- Manter os défices estruturais da saúde, da educação e da infraestrutura a nível nacional;


- Não oferecer respostas nenhumas aos que todos os dias produzem riqueza e fazem andar a nossa (frágil) economia: os trabalhadores.


O nosso país, arrastado para uma guerra que em nada serve os interesses de quem trabalha em Portugal, pede agora aos assalariados mais desfavorecidos que paguem a fatura dos devaneios militaristas da NATO e de um pequeno ditador que achou que poderia vencer um ditador maior que ele.

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